Transeuntes

sábado, 24 de setembro de 2011

Tempestades Imprevisíveis


Eis-nos plantados à beira rio sendo árvore sem fruto
Esperando o radiar dos dias
Aguardando a tristeza da natureza para regar as nossas raízes
Num tempo longo e penoso,
Em terrenos cuja fertilidade estranhamente não sucedeu

Sobrevoando a paisagem,
Somos apenas um pequeno ponto verde
Um suporte de ninhos de aves primaveris
Um escasso sopro de oxigénio
Tentando sobreviver às tormentas
De um pé enterrado
Em lençóis irrequietos e ansiosos
Por baptizar os solos que nele assentam

Todos os dias nascem novas ramificações
Espreitando a medo as intempéries
Receando a imensidão do tempo
Que transforme o sonho no nada nunca acontecido

Gritamos aos céus
Que fomos feitos para amar
Um ao outro e ao nosso rebento
Que entre todas as agruras da vida
Nascemos para transbordar
As nossas entranhas mais profundas

Quem dera que entre tantos vendavais
Este fosse apenas mais um
E que nunca o amanhã reclame
Há sonhos que não podem ser…

Que este anseio
Nunca exclame
Que a vida matou o sonho
Que hoje nos dá um motivo
Para suportar esta demora interminável!

1 Comentários:

Blogger Raquel Branco (Putty Cat) disse...

Minha querida amiga:

Nunca desistir enquanto houver caminho a fazer. Não é?

Como diz o grande "poeta" Jorge Palma:

"enquanto houver estrada para andar, a gente vai continuar
(...) enquanto houver ventos e mar a gente não vai parar (...)"

Um beijão muito grande.

26 de setembro de 2011 às 09:30  

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