Transeuntes

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Nós

Uma folha em branco
É tudo o que tenho esta noite
Pano de fundo de um corpo sôfrego
Afogado em mágoas profundas

Quisera acreditar no poder da felicidade
Mas talvez seja mera ilusão dos sentidos
Que aguarda o nosso êxtase
Para nos roubar o contentamento

Um nó na garganta impede os desabafos
Socorre-se de prantos silenciosos
Apela ao altruísmo da causa
Sendo tangente dos limites do afogo

O meu porto seguro tornou-se agora no meu desabrigo
Cada gesto, cada passo, cada intenção
Corre o risco de um julgamento arrasador
Que teima em afastar-me da sua dor

Sou agora responsabilidade de dois corpos
Sem amparo de alguém
Que mergulhado no seu abismo
Encerra os olhos à sua luz

Quem dera acreditar que o passado recente não se esgotou
Que o amanhã há-de renascer, apagando as memórias do presente
Fazendo ressurgir uma nova esperança
Através de um túnel que o traga até nós.

Hoje, apenas a tristeza cabe
No povoado da fé
Apertada em nós
Que do coração nos fazem sós.

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