Transeuntes

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

A eternidade do amor

A vida humana é entre todas as dimensões
A maior prova de fogo
Que o universo cosmopolita nos submete

Viver é, tantas vezes, um ato de coragem
Um atravessar de uma passadeira de olhos fechados
Na ausência da consciência que existem carros

É acreditar que somos invencíveis
Que nascemos para a imortalidade
E que a nossa máquina é um modelo imperecível

Somos transeuntes de um corpo
Que ignora, vezes sem conta, as suas fragilidades
E negligencia as suas imunidades

Satisfazemos desejos e caprichos
Do físico que nos move
Desobedecendo às leis divinamente programadas

Vamos sendo moradores de um alojamento
Cuja manutenção é preterida à estética
E manipulada por amigáveis inimigos

Um momento na vida
É tudo o que basta
Para que a venda dos olhos se desfaça

Eis-nos, surpreendentemente, perdidos no pânico
Na incapacidade de gerirmos as alternativas
Angustiadamente lutando pela incógnita da sobrevivência

Sentimos o tempo como um ápice
Almejamos uma longa distância pelo fim
Perdemo-nos num labirinto
Ignorando os passos que nos conduzem até ele

Só o poder do amor é mapa
Norte das nossas defesas
Que adia a ruína
E prolonga a vida

No pior dos cenários
Só ele será eterno
Conduzir-nos-á para outra dimensão
Sem que nesta seja esquecido

Finda a missão
Expiram-se os sentidos
Mas jamais a eternidade do amor

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