Transeuntes

domingo, 3 de junho de 2007

Onde me afundo?
Onde me afundo? Num sonho perdido ou numa máquina sem fios que não escuta a minha voz..!
Onde me perco? Num qualquer jardim caótico, num desafogado ruído que fere, em paisagens escuras, em fumos que matam, em teclas que abundam mas não ensinam...em que me perco?
Onde me escondo? Num passado que não volta mais, ou em momentos que distam somente de um imaginário?
Onde vivo? Ou será que somente vagueio pelas telhas de um tempo à procura de um espaço que nunca encontro? Viva, alegre, sorridente, rasgando garra, abundando energia…onde paira esta alma que conhecia o valor das horas, o silêncio matinal, o sol do entardecer?
Onde paira aquela que sabia viver com o coração e não se alimentava das meras ilusões da razão???
Que angústia é sentir as limitações do que desconheço…quem dera nunca ter suspeitado que existia um mundo muito para além dos sentidos…Amaria somente as evidências de ser…mas agora preciso de conhecer, de avaliar, de quantificar, de observar, de relacionar, de sintetizar, de descobrir!!!
Que nó na garganta é questionar o sol, a chuva, as nuvens…não bastava sentir somente com eles? Onde nasce o prazer, no momento da partilha ou na descoberta de uma origem?



Águas Santas, 1 de Abril de 2004